Geleia de Flores de Rosmaninho



Ando completamente fascinada com flores comestíveis. A ideia de comer flores agrada-me imenso, já para não falar na maravilha que elas representam em termos estéticos. Ando com muitíssima vontade de fazer cupcakes simples, decorados com pétalas de flores, mas com um filho (em vez de uma filha), a oportunidade não se apresenta assim tantas vezes…

Há tempos tropecei nesta receita de geleia de violetas e achei a ideia simplesmente irresistível. Infelizmente, já não me lembro da última vez que vi violetas e fazê-la não é, propriamente, uma opção. Mas depois vi isto e a ideia de fazer geleia de flores de rosmaninho (ou de lavanda ou alfazema, que são variantes da mesma planta) tornou-se uma urgência.

Isto de fazer viagens semanais entre Porto e Bragança tem as suas vantagens, em particular a praga dos desvios que as obras da autoestrada transmontana impõem aos desgraçados que por lá passam… Nesses desvios, em quase todos, há dezenas (ou centenas) de arbustos desta planta lindíssima mesmo ali, à mão de semear. Então, num dia à noite a caminho do Porto, parámos na beira da estrada e em 10 minutos apanhei uma belíssima quantidade de flores que se transformaram na coisa mais bonita que fiz nos últimos tempos.

A geleia sabe exactamente ao que a flor cheira, mas menos forte. É deliciosa simples, no pão ou nuns scones ao lanche, mas tenho grandes planos para ela ao longo do Verão. Já fiz limonada com umas colheres de geleia, que ficou absolutamente deliciosa. A próxima ideia (que vou tentar pôr em prática já este fim-de-semana) é uma torta de limão recheada com esta geleia. Se conseguir fazer isso, em breve cá vem parar a receita, até porque a torta que quero fazer, além de fácil, é deliciosa, mesmo com geleia de marmelo.

Geleia de Flores de Rosmaninho (adaptada daqui):
4 ch. de flores de rosmaninho (só a espiga)
4 ch. água a ferver
700 g Açucar
125 ml sumo de limão
1 envelope de pectina (usei pectigel)

Lavar bem as flores e colocar de molho em água com umas colheres de vinagre para eliminar impurezas e alguns bichinhos que possam ter. Escorrer, voltar a passar por água e colocar num recipiente grande. Deitar por cima a água a ferver e deixar em infusão de um dia para o outro.

Escorrer bem, espremendo as flores para retirar toda a água. Juntar o sumo de limão. Misturar a pectina na infusão, mexendo bem para desfazer completamente. Levar ao lume e deixar ferver 1 minuto. Juntar o açúcar gradualmente, mexendo sempre, e deixar ferver até ganhar ponto.

Deitar em frascos esterilizados, tapar e virar ao contrário para criar vácuo e aumentar a vida da geleia. Em alternativa, colocar os frascos fechados numa panela, cobrir de água e ferver até que deixem de sair bolhas de ar dos frascos, cerca de 10 minutos.

Notas:
- A pectina é um gelificante natural da fruta que serve para se conseguir o ponto da geleia mais rapidamente e com menos açúcar, já que as flores não têm pectina. O sumo de limão serve também para ajudar ao processo (o limão tem muita pectina) e o sabor do limão não se sente no produto final. O tipo de pectina que se usa determina a quantidade e o processo de fazer a geleia. Aconselho a ler as instruções da embalagem. Eu usei dois envelopes de pectina e foi demais, por isso aqui coloquei a quantidade corrigida (da próxima vez farei assim).

- O açúcar deve ser no mesmo volume da infusão. Eu obtive 3 chávenas e meia de infusão, juntei 3 chávenas e meia de açúcar (um bocadinho roubadas), o que corresponde a 700 g.

- Esta quantidade de flores produz uma geleia com um sabor bastante forte. Se se pretender algo mais subtil, pode-se diminuir a quantidade de flores, por exemplo, 2 chávenas de flores para 4 de água. Eu gosto assim.

Comentários

kika disse…
Que ideia fantastica!! eu tenho um xarope de violetas que ainda não sei que fazer com ele! bjks
Helena Mouta disse…
Kika, Experimenta um refresco, ou quem sabe uma colherinha num copo de champanhe bem fresco, como cocktail... Adoraria provar!

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