Doce de Cereja

Esta receita não é minha, nem tão pouco fui eu que a fiz. É a receita da minha mãe, nascida da experiência e da consulta a todos os livros de culinária que têm receitas de compotas que lá há em casa (acreditem, são muitos!). É fácil de fazer e tenho a certeza que a minha mãe não se importa que eu a partilhe com o mundo.

Vejo a minha mãe fazer doces e compotas desde pequena, sempre com excelentes resultados. Com o tempo aprendi que não é, propriamente, preciso ter “mão para doces”, só alguns conhecimentos básicos e muita paciência. É que estes demoram a fazer, este em particular: é preciso tirar os caroços às cerejas (embora já o tenha comido com caroços – não gostei!), pesar a fruta e o açúcar, juntar o sumo do limão porque as cerejas têm pouca pectina e, por fim, esperar que o calor faça magia e transforme uma confusão de fruta e açúcar na maravilha que é este doce. E a magia demora tempo. Mas vale a pena, como vale a pena!

Esta receita vai sem foto, se querem ver o aspecto dele espreitem a foto do requeijão, ele aparece lá em todo o seu esplendor e fabulosa companhia!

Ingredientes:
1 kg cerejas descaroçadas (contem com cerca de 200 a 300 g por kg para os caroços)
750 g açúcar
Sumo de 1 limão

Preparação:
Deitar num tacho grande (o doce tem tendência a subir e ganhar espuma) as cerejas descaroçadas (se preferirem, partidas a meio) e o açúcar, em camadas. Juntar o sumo do limão e mexer um pouco com uma colher de pau.

Levar a lume médio até ferver, reduzir o lume e deixar ferver até atingir ponto de estrada. De vez em quando, retirar a espuma que se vai formando com uma escumadeira, se necessário. Para verificar o ponto, colocar um pratinho no congelador por 10 minutos, retirar e deitar uma colher de sopa de doce. Ao passar a colher no meio deve formar-se um sulco que não desaparece imediatamente.

Deitar, ainda bem quente, em frascos esterilizados, tapar bem, virar ao contrário e deixar arrefecer. Este procedimento faz com que o doce dure mais depois de pronto, sem ser necessário colocar no frigorífico.

Notas:
- As cerejas devem ser maduras, mas firmes e sem imperfeições. Como têm pouca pectina (a substância que faz engrossar os doces), junta-se o sumo de limão. Em alternativa, pode-se comprar pectina, mas não me perguntem onde nem como funciona: lá em casa nunca se usou.
- Para esterilizar os frascos, devem ferver-se em bastante água, os frascos e as tampas, durante 5 a 10 minutos.
- Se se quiser guardar o doce durante mais tempo, ou se fizer uma quantidade muito grande, devem-se pasteurizar os frascos depois de cheios: colocam-se, fechados, numa panela grande, cobrem-se com água e deixam-se ferver até que deixem de sair bolhinhas de ar dos frascos. Este procedimento cria um vácuo dentro dos frascos e o doce dura, literalmente, anos (2 anos sem dúvida), se os gulosos aí em casa permitirem. Aprendi isto num workshop de compotas e licores a que assisti com a minha mãe, há já alguns anos, aqui. Se conseguirem apanhar um no mesmo sítio, recomendo vivamente, foi maravilhoso!
- Devem usar-se frascos com tampa de metal, que vedem hermeticamente e sejam resistentes ao calor (isto é, não tenham tampas de plástico que derretam no processo de pasteurização).

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